O Tédio e o Pensamento

Quando deserto, o coração abriga

O tédio, em que este espírito descansa,

Paulatinamente trespassa a lança

E revela de viver a fadiga

Alma já gasta e obsoleto costume

Arrastam-se como arrastam os dias

Procura com ânsia oportunas vias

Querendo impelir a si mesmo ao lume

Mãos em taça sustentam a cabeça

Olhos com água, mais profundo o olhar

Teme que de mil desgraças padeça

Se os olhos voltarem a se molhar

E te lancina tanto a dor espessa

Enfim entendendo a Morte a lograr

Enchendo Estantes